A gente se acostuma a acordar cedo todos os dias, e a ficar sem as oito horas de sono necessárias. A gente se acostuma com o trânsito caótico, com o calor insuportável, com a falta de tempo e a correria. A gente se acostuma com a falta de pai e mãe, de amigo e parentes queridos. Se acostuma a não receber bom dia, e ignorar quem te ignora. A gente se acostuma com os problemas políticos e com os juros altos. Acostuma a não receber em dia e a pagar as contas atrasadas. A gente se acostuma até com os problemas de saúde. A gente se acostuma a acostumar com tudo!
A gente se acostuma a não sofrer como da primeira vez. Se acostuma a passar um dia longe, e aceitar que no outro dia tudo volta ao normal. A gente se acostuma com a cama vazia, ou até mesmo com ela cheia, quando não mais acordamos com o entusiasmo de outrora. Se acostuma a esperar o amigo ligar, e se ele não ligar, a gente se acostuma a falar que ele sumiu, e que não gosta mais da gente. A gente se acostuma a esperar, a receber.
A gente se acostuma a trabalhar nos finais de semana e feriados, e até mesmo nas madrugadas. A gente se acostuma a engolir sapos e vespas. Se acostuma a não mandar mais mensagens como antigamente; se acostuma com a certeza, com a dúvida e com o medo. A gente se acostuma com as desavenças, com os barrancos e com os erros. Se acostuma com as manias. A gente se acostuma com o dia a dia.
Não falo sobre isso como se fosse um problema, ou uma coisa ruim. Falo disso por que é a ordem das coisas, e tudo isso acontece de maneira natural, sem que soframos muitos impactos ou sustos. Tanto é que, pouquíssimas vezes, paramos para realmente pensar sobre! A segurança, as certezas, a rotina, a sequência são fatores que fazem com que lidemos bem com isso, de forma que não há problema em acostumar-se. Adianta falar que depois de pensar tais coisas, eu irei mudar tudo? Que eu irei acampar na porta da empresa que não me paga? Que irei militar a favor da saída do Sarney? Que irei dormir mais cedo?
Ahhh... Mas o amor [olha ele aqui de novo!]. O amor sim, faz a gente mudar, a gente melhorar, a gente, pelo menos, tentar ser o melhor para o outro. O amor de família, o amor de amigo, o amor de vida! Eu não vou me acostumar com a falta de beijo apaixonado; eu não vou me acostumar a não fazer surpresas para meu amor; eu não vou deixar que o cansaço me vença. Problemas? Todos nós temos, mas isso serve para fortalecer ainda mais o sentimento que é real, que é sincero e que já é parte inteira de você! Pelo amor, tudo! Eis aqui um pouco daquilo que eu prometo ser sempre para você! Porque o amor me move...
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
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5 comentários:
Sim dindo, vc sempre foi um cara apaixonado, pela família, pelos amigos, por filmes.. Agora é um cara apaixonado pel sua 'vida', e eu acho bom demais aquela sua máscara de carrancudo diante do amor esfacelou-se, como sempre acontece quando achamos um! hahaha!
beeijos dindo, te amo!
O início lembrou muito um texto da Marina Colassanti, mas o desfecho não poderia ser mais autêntico do que realmente foi, afinal descrições tão românticas, belas e cativantes só poderia partir de um cara tão apaixonado nos últimos meses. Há uma 'leve' diferença nos textos anterior a esse período... Note!
"A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma". Marina Colassanti
Achei teu blog por acaso. De verdade? Foi uma das melhores coisas que já encontrei "ao acaso". Pessoas que vivem o amor escrevem com sinceridade e pureza no coração. Obrigado por nos brindar com este brilhante texto.
O amor me move tb como leu no Válvula de Escape.
Lindo o que vc escreveu.
Sempre nos acostumamos e esse é o grande erro da vida. É aí que nos tornamos chatos, sem graça...Não lutamos.
Sou a favor de ler seu texto todo o dia para eu não me acostumar.
mesmo que a rotina diária me leve a seguir os padrões ditos normais, prometo não me acostumar a sua falta e sim a sua presença constante em minha vida!! te Amo D+
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