sexta-feira, 15 de maio de 2009

Paráfrase do dia-a-dia

Inspirado pelo email de uma grande amiga, resolvi voltar a postar. Mudanças! Elas sempre são bem vindas, e isso já é um assunto a se discutir. Falar de sonhos, de desejos, de vontades e de anseios ficará para uma próxima reflexão-desabafo... E partindo da temática do pouco registrado nessa página, fico preso, mais uma vez, às singelas lembranças e pensamentos sobre a amizade. Como somos relapsos e até alheios, às vezes.

'Meus pais são meus melhores amigos'! Isso é uma coisa sobre a qual nunca tive dúvida, e mesmo assim sempre fui obrigado a escutar. Até mesmo como forma de cobrança, desabafo e de um bocado de ciúme. Mas qual é a alternativa quando não os temos aqui do lado? Quando somos obrigados [sim, obrigados. Porque um garoto de 13 anos, naquela época, não podia escolher o que queria, e nem podia impor a sua vontade]a mudar e deixar toda uma infância e uma 'base' para trás? Construímos uma relação de família. Aqueles que compartilham tudo com você se tornam verdadeiros heróis.

São noites de desabafo, são dias de angústias, são os melhores e piores momentos ao lado, são a certeza de que o clichê vale a pena, e são o nosso 'número exato'. Eles comigo me fazem melhor. "Gracinha do Rodrigo (sr. jornalista sumido)", já dizia essa minha amiga. Paro e começo a pensar: o que faz a gente se afastar, a deixar de lado uma das maiores prioridades da nossa vida?. Preguiça? Descaso? Cansaço? Correria? Exigências? Cobranças? A certeza de que sempre serão bons e verdadeiros amigos? Acomodação? Eu não sei ao certo, mas sei que nada justifica essa ausência.

Um é bom, o outro é melhor... Mas todos juntos é excelente! Então, porque deixar as coisas irem passando?! Eu aqui, vocês aí, 'cada um com seu cada qual'! Pôxa, como é ruim. E sabe o que é pior? É saber que, talvez, provavelmente, você é o principal culpado disso. Não que seja uma culpa, e sim uma parcela imensa e majoritária de responsabilidade.

A reciprocidade sempre foi um determinante na minha vida, e acho que ela rege as melhores relações afetuosas. Um telefonema inesperado, um SMS no seu dia caótico de jornalista daquela amiga que estava sumida há tempos, um abraço forte, um carinho de quem não faz carinho, um sorriso com olhar de cansaço, descrença, uma surpresa na madrugada, uma companhia quando se está sozinho, um segundo de distração, um momento de ócio cirativo, uma noite não programada, um esforço para estar junto, um jargão bem construido, as frases feitas e engraçadas, as surpresas... Crescemos, e essa é a ordem natural das coisas. Uma natureza bela, pálida e aconchegante. E fica uma mensagem no final, parafraseando: Eu suportaria, embora não sem dor, que morresse o meu amor, mas não suportaria, de forma alguma, que morresse um verdadeiro amigo. Toda hora é hora de pensar o quanto estamos sendo justos e sinceros [com a gente mesmo, no final].