segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A minha mãe é surpreendente

Estive um tempo parado, confesso. Estive um tempo ocupado demais para me preocupar comigo, só comigo. Estive um tempo tomando conta de minhas prioridades. As coisas, como sempre, foram acontecendo de uma maneira rápida. Uma maneira que eu só consegui acompanhar abrindo mão de minhas outras vontades e coisas que gosto de fazer com frequência. Uma promoção inesperada no serviço, os salários atrasados, as contas, os sonhos, o concurso e uma cirurgia. Foram dias conturbadíssimos. Deliciosamente conturbados!

A minha mãe veio me acompanhar. E, além disso, desse simples fato, ela veio me lembrar que sempre está e sempre estará me acompanhando em tudo. Minha mãe é um anjo! Eu havia me perdido entre o caminho. Em algum lugar eu esquecera de que realmente eu posso contar com ela, e que ela sempre fará de tudo para que eu siga feliz. Chega a ser ingrato: minha mãe só queria participar. Ela tomou as rédeas da situação e chegou pisando firme, forte, decidida. Confesso que ela me assustou, no início, mas depois percebi que estava tentando me proteger.

Ultimamente, quando ela falava que tínhamos uma ligação única, eu não a sentia mais. Ou até sentia, e só tentava repreender. Mas batia mais forte dentro do peito, e eu realmente sabia que era coisa de alma. Engraçado que ela consegue amar os três filhos da mesma forma, como ela sempre insiste em dizer; mas a nossa sintonia é coisa maior, é coisa de Deus. Ela chegou, ficou e decidiu que vai participar. Que quer continuar me vendo feliz... E para isso, ela passou por cima de tudo que acha normal, e de tudo que acredita ser certo. Ela confia em mim!

Eu sei que é fácil falar que isso é natural, que toda mãe é assim. Mas não; não mesmo! Só quem viu minha mãe tomando, talvez, a decisão mais difícil da vida dela pode entender o sentimento que ela tem por mim. Ela ficou uns quatro dias aqui, veio para cuidar de mim, para me proteger. E saiu daqui feliz, tranquila, me abençoando. Minha mãe fez tudo o que pôde para seguir comigo serena, certa, sem sofrer e sem os maiores medos que a atormentavam. Ela esteve comigo todos os dias, e eu acostumei a acordar com ela me entregando o copo de vitamina gelado para tomar com meu remédio. E se passava um minuto, ela já quase surtava.

Não falo só de mãe. Mas, tenho certeza, que ninguém tem o cuidado que minha mãe tem comigo. Ela faz falta, agora. Uma falta gostosa, que aperta o peito, e que me faz lembrar os presentes que ela me deu enquanto estava aqui, tão próxima, fisicamente. Sim, fisicamente. Porque de todas as outras formas que existem, ela está próxima de mim, pertinho, grudada. Eu sou ela, e ela sou eu. E a benção dela foi muito importante para que eu seguisse confiante, e para que continuasse sonhando os sonhos mais bonitos. Minha mãe é única!