quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Quando o ócio é criativo

Na maioria das vezes, tendemos a viver e a pensar sobre as angústias e as incertezas da vida. Não pode sobrar um segundo ocioso, e os pensamentos se misturam com agitos, inquietudes, especulações e medos - pouco depois das aspirações e sonhos. O mesmo medo que nos encaminha à insegurança e à [baixa] estima. Quando percebemos, a coisa já tomou proporções gigantescas, e aí então, temos que saber lidar com tudo o que tem se passado.

Não basta querer viver um dia de cada vez. Não tem como - ainda mais quando você é uma pessoa que vive para agradar, para fazer, para doar, para tentar surpreender. É imprescindível pensar no outro sempre que se pensa em você mesmo. E isso é ótimo. É um dom! Desde quando traz benefícios para ambos, e não só para o outro. A reciprocidade sempre é uma boa escolha. Fato é que a confiança é um presente de Deus. E esse é o meu melhor presente. Se não há confiança, não há relacionamento. Não há amizade, não há namoro, não há afeto.

Partindo desse pressuposto, os dias ficam mais leves, mais simples, mais belos. É um segundo de risada mais gostosa com os amigos, um lanche que voa na hora do intervalo de 45 minutos, que eram para ser 15. A ida pra o trabalho se torna menos penosa, o dia passa mais rápido, literalmente. A saudade aumenta e a chegada em casa, por incrível que pareça, se torna ainda mais prazerosa. Então, você começa a perceber que tem que se cuidar mais e que, de alguma forma, tem que pensar mais em você. Por que, afinal, tudo isso depende só de você. Do seu estado de espírito, dos seus desejos, da sua força de vontade, do seu querer, dos seus gostos e afinidades.

A melhor forma de aproveitar o tempo ocioso, acredito, é saber ocupá-lo com as coisas que te deixam bem, à vontade; que te fazem ficar mais leve, menos preocupado, menos apreensivo. Deixar que, às vezes, as coisas simples passem em branco [por mais que elas tenham significado para você]. Começar a agir de acordo com a maneira com que os outros agem com você - para que não haja decepção e para que não esperemos o que o outro não pode te dar, por mais que você ache aquela a tarefa mais simples já delegada a alguém. É leve, frio, gostoso. É criar o que verdadeiramente importa na vida!

6 comentários:

fab.. disse...

eugostei! ;)
[ps.: eu sabia que esse lanche não ia ser de 15 minutos, não seria suficiente ^^]

Carolina Pessoni disse...

os intervalos NUNCA são de 15 minutos... incrível!! \o/
mais um belo texto!!
amei, como sempre!
beijo =*

Thalita Carvalho disse...

Hum, devo confessar que parece que você escreveu isso para mim...

Ana Carolina Castro disse...

No meu tempo ocioso eu gosto de ter notícias das pessoas que eu amo, tipo você. :)

Pedro Felipe disse...

Já estava com saudades!
um bom texto, belo com seu estilo.
A reciprocidade sempre é uma boa escolha.
Adorei!

Como você é disse...

Realmente, cada vez me encanto mais ao ler seu blogger. O mais interessante é que me coloco nas situações do que você escreve e vejo que faz sentido...Oh faz muito sentido. De tudo que me atraiu, o que por mim e por todos que comentaram, o que NÃO passou despercebido, foi o: "um lanche que voa na hora do intervalo de 45 minutos, que eram para ser 15". Adorável! Abraço