segunda-feira, 22 de junho de 2009

Nostalgia - uma homenagem a você, amigo!

Ontem eu me permiti sentir uma sensação que há tempos não sentia. E para falar a verdade, que eu nem lembrava que existia. Engraçado que, dessa vez, não era questão de evitá-la, ou de ignorá-la, mas sim o fato de não lembrá-la ou vivê-la. Como diria uma outra amiga [aquela sempre citada], eu me lembro de um dia ter sido um 'sonhador incurável'... E talvez eu ainda o seja; mas é uma coisa que ficou em segundo plano, ou terceiro, quarto. Eu não me lembrava o quanto era bom participar de uma surpresa - receber uma surpresa. Eu não me permitia viver isso mais. Idiotice!

'O Roh - propositalmente assim - mudou. O Roh não é mais aquele!' Isso, de todo, não é ruim. O menino relapso, desinteressado, bobagento, "sem compromisso", amigo de todo mundo e de qualquer um [e isso nunca foi exatamente nessa proporção] não é o mesmo. 'O Rodrigo realmente mudou, só que ninguém percebeu isso ainda'. Antigamente, ele tinha mais tempo para ligar, para correr atrás, tinha mais disposição e não importava o quanto tinha que ser só ele. Não foi sempre certo e talvez tenha sido mais falho do que certo... mesmo assim, deu para perceber o quanto não era recíproco.

Um dia, de uma forma amena, mas que logo depois se tornou monstruosa, eu tive que escutar: 'tá chegando a idade de perceber e definir quem são os amigos deverdade. E espere, eles serão menos da metade do que são hoje'. No fundo, eu sabia que seria assim, mas não imaginava que isso tudo viria com as responsabilidades, com a correria, com as dúvidas. Enfim, que aconteceria quando você mais precisava.
-Eu não te liguei, porque você não iria! É a pior das desculpas. Mas eu nem vim falar disso. Voltemos à sensação (re)experimentada!

Alguém se lembra da primeira vez que sentiu 'algo diferente' por outra pessoa? Quando sentiu o coração palpitando, o nervosismo de não saber o que falar, de ficar sem graça, de falar coisas sem sentido, e o pior, de não poder falar, agir ou pensar? Sim, porque se o seu caso foi complicado, garanto que o meu foi ainda pior. Uma situação impensável, ainda mais naquela época [me senti um velho agora!].

Ontem, quando arrumava meu edredon da Sonhart e meus dois travesseiros altos e confortáveis, resolvi atualizar a sempre aberta página do orkut. Mais do que pedido em oração, eis que ali estava a surpresa em forma de depoimento. A sensação não foi a mesma que a de anos atrás; o fato é: fez com que eu lembrasse dela, dos tempos remotos. E não que tenha sido como o desejado, mas estava ali uma demonstração de amizade bonita, singela e querida... uma nostalgia, uma saudade daquele ano que foi o melhor de nossas vidas. A surpresa me deixou estático. Não consegui responder, não consegui levantar da cadeira por um bom tempo, e o pior [mais uma vez], não consegui sequer pensar em uma resposta. A noite passou em claro, com as lembranças daqueles que outrora foram os melhores momentos da minha vida.

Depois disso, a boa sensação se tornou uma sensação de alívio, de paz e de acolhida. Aquele amigo tinha sido sincero e tinha aberto o coração de uma forma que nunca tivera feito. E isso era o mais importante: ele nunca tinha feito isso nem naquela época, quando éramos intimamente ligados ao outro, quando tínhamos liberdade para dizer 'eu te amo, brody'. Eram mensagens trocadas de madrugada, [in]diretas préadolescentes, jogos de vôlei pela seleção do colégio intermináveis, tardes de cachorro-quente e coca-cola [mentiras contadas aos pais, avós e afins - 'vamos nos reunir para estudar física'] que P* saudade do Clube do bolinha... Eu poderia ficar páginas e páginas citando tudo.

Aí o inesperado aconteceu. 'Eu resolvi dizer que te amo (sem medo de que possa entender coisas a mais do que a simples amizade que sempre sentimos um pelo outro)'. Foram palavras muito bem escolhidas; que me deixaram essa sensação de nostalgia, alívio e afeto. Como é bom, às vezes, lembrarmos dos velhos tempos, daqueles que foram e, de certa forma, são importantes na nossa vida. Sentimento que vai muito além de paixão, de desejo... uma coisa que toca, que mexe com a gente... que faz querer voltar o tempo e consertar tudo de errado que passou... a falta e a comodidade.

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