quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sensitividade natural

Eu sempre soube que as pessoas não nasceram para ficar sozinhas. Mesmo assim, como todos, nos momentos mais difíceis, de fraqueza, cheguei a acreditar no contrário. Praguejei algumas calúnias e esmurrei o ar com luvas de boxe. Senti-me injustiçado, vítima e sem vida. Fui infame ao achar que seria um solteirão solitário, acompanhado das taças de champanhe metade vazias, e das noites vagas. Quis que todos os meus amigos se mantivessem assim, e que seguissem o fluxo natural do meio, do dia a dia, das rotinas existentes.

E todos os acontecimentos me levaram a pensar no quanto somos mutáveis, e no quanto aprendemos com as experiências, com a convivência e com o passar do tempo. Sei que estou mudando, e que faço isso porque me sinto bem, me sinto feliz, me sinto realizado. Hoje, posso enumerar diversas situações, ou diversos jeitos de se enxergar a vida. Com você, tudo é mais claro, mais coeso e simples. As manias que o outro carrega faz com que me veja induzido a adquiri-las; no início, mais para agradar do que, de fato, se tornar uma necessidade. E então, tudo começa a ficar gostoso, natural.

A cama sempre arrumada, as roupas guardadas no devido lugar, o lençol esticado, a casa sempre limpa. O tempo me mostra o quanto é bom adquirir essas responsabilidades e o quanto é bom se aproximar de coisas que, naturalmente, vão se tornando suas. Aí logo depois você começa a sentir falta de passar as mãos nas costas, de colocar a mão no meio da perna, de deixar a luz baixa, de sentir o lugar quente. Começa a entender que, naturalmente, aquilo faz parte da sua vida... que aquilo, de fato, é a sua vida! É a melhor sensação do mundo. É indescritível!

Imaginem quando está longe! Imaginem quando você acostuma com tudo isso e, de repente, você se vê um ou dois dias distante e, então, você, literalmente, não sabe o que fazer, como agir e até mesmo o que falar. Falta! É questão de metade. E que seja metade da laranja, a tampa do jarro, o parzinho do vaso, o cadarço do tênis, a moeda mais importante da coleção, a alma gêmea. Mas aí você para e começa a pensar: logo logo mais conquistas. O apartamento, as meias na mesma gaveta, as roupas no mesmo guardarroupas, os mesmos gostos adquiridos, as mesmas vontades, os mesmos sonhos...

5 comentários:

Pedro Felipe disse...

"Que a minha loucura seja perdoada porque metade de mim é amor e a outra metade também"
Oswaldo Montenegro

Aninha afilhada disse...

Colocar as maos no meio das pernas... =x ainda bem que vc me esclareceu as coisas. e sabe o que eh melhor de tudo isso, alem de ler seus textos inspiradissimos? eh ver o brilho nos seus olhos. isso é MUITO bom!
te amo dindo meu! =****

nubia disse...

Bom jeito de começar a semana, lendo um texto tão belo...

Bjs

Vida disse...

Ver vc feliz, escrevendo assim é o que me dá forças pra seguir a diante, acordar mais cedo, viajar, trabalhar e voltar pros teus braços, onde jamais encontrarei igual. vc é minha metade com certeza!!

Unknown disse...

vindo de vc esse texto não poderia ser diferente, mais lindo do q o texto só oq vc tem dentro do coração. amo vc mirmã!!!